sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Psicologia de Boteco

Depois de passar anos estudando e analisando o cenário político brasileiro, um analista político chegou à conclusão maravilhosa de que:

vê duas explicações para a personalização das duas campanhas: no Rio, o equilíbrio apontado pelas pesquisas; em São Paulo, o oposto, ou seja, a derrota iminente de Marta, segundo as sondagens de intenção de voto.

Eu acho isso simplesmente fabuloso. Quer dizer que se há disputa acirrada, isso explica a personalização das campanhas e se a disputa não é acirrada, isso explica a personalização das campanhas.

Sou só eu que acho que se isso não explica porcaria nenhuma?

Ora, se situações completamente díspares abrigam uma personalização de campanha, não podem ser essas situações que a explicam, mas alguma outra coisa que não está sendo levantada.

Sei lá, talvez os marketeiros de campanha estejam sem idéias e estão apelando para questões pessoais dos candidatos independente da disputa.

O engraçado é que isso me faz lembrar aquelas teorias psicológicas de boteco que parecem altamente qualificadas, mas que não explicam porra nenhuma. Algo do tipo:

- Por que ele é tão nervoso?

- Vai ver os pais dele vivem estressados e ele acabou ficando assim por viver nesse ambiente.

- Mas os pais dele são super calmos. Raramente levantam a voz.

- Bom. Então com certeza é por causa disso. Como todo adolescente gosta de se revoltar contra os pais, essa é uma forma dele contrariar os pais dele.

- Mas com os pais dele, ele é bem tranquilo.

- Ah, você não tinha dito isso antes. Esse é um caso claro de baixa auto-estima. Por não ter muita segurança de si mesmo perante os outros, ele adota uma posição agressiva como forma de defesa.

- Mas ele é palestrante e vive se expondo aos ataques e perguntas da platéia.

- ... ah. Vai ver a mulher dele está dormindo de calça-jeans.

- É. Eu não durmo com ele. Vai ver é isso mesmo.

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