sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Carta-Corrente.

Você é daqueles que adora receber e distribuir emails com mensagens "bonitinhas" e educativas? Leia isto antes de mandar a próxima...

Quem é o racista?

Ontem, durante um momento de loucura, estava ouvindo a Voz do Brasil. Entrou-se na discussão de racismo no Brasil, alguma coisa sobre uma ONG chamada Criôla (go figure...), e o testemunho de uma pessoa que presenciou um grave caso de racismo. Então ela relata o caso de racismo:

- "Eu fui num hospital público com minha mãe e a médica começou a examiná-la de longe. Ela usava o aparelho (estetoscópio imagino eu), mas se mantinha afastada. Então eu perguntei para ela por que não chegava perto. Ela virou-se para mim e perguntou se a minha mãe não tinha tomado banho. Eu disse que tinha, mas que tínhamos andado muito para chegar até o hospital e ela deve ter suado."

Agora entra a pergunta: Quem é o racista? A médica que não quis se aproximar de uma pessoa que estava (aparentemente) fedendo ou a filha que acha que todo negro fede e que comentar isso é racismo?

Como sempre existe alguém que fala tudo o que você pensa de um modo muito melhor, então sugiro o Janer neste, neste, neste e neste link

domingo, 18 de novembro de 2007

A solução para os meus problemas

Já vou encomendar uma caixa.

Warm to icy beer in seconds

Correção do post abaixo

Independente do outro post, o mundo está mais triste para mim.


www.Tu.tv

 

P.s.: Primeiro vídeo via Rabiscos Econômicos.

Isso é sério?

Se isso é verdade, o mundo está mais triste para mim.

E essa é apenas a primeira parte...

Consumidores culpados pela violência

Um ponto que ficou de fora da "análise" do filme Tropa de Elite é a tese levantada de que o consumidor de drogas é o responsável pela violência.

Não sei como estabeleceram isso. A não ser que aceitem que os vivos são os responsáveis pelos assassinatos e as mulheres são as responsáveis pelos estupros, a tese não faz qualquer sentido.

Antes de tudo, quero deixar claro que falo de violência no mesmo sentido que as pessoas que levantam essa tese, ou seja, violência generalizada.

O tráfico de drogas, por ser uma atividade ilegal, gera violência entre os traficantes e as autoridades. Violência esta que diminui com a corrupção. Mas não gera (de forma intrínseca) violência generalizada.

Não é necessário assassinar, roubar ou estuprar para plantar, cultivar, transportar, processar e vender drogas.

Se o tráfico de drogas faz circular dinheiro para compra de armas e essas armas são utilizadas "fora" das áreas do tráfico influindo nos níveis de violência, ora o problema não é as drogas mas a circulação livre de armas sem fiscalização e incapacidade das autoridades de investigarem e punir casos de violência.

Se o problema fosse dinheiro, Bill Gates, Donald Trump, Rockfellers, etc. seriam assassinos muito mais saguinários do que Stálin e Mao.

Se o problema é a ilegalidade do tráfico de drogas, então vou chegar ao absurdo para dizer que todo mundo é responsável pela violência. Com certeza, qualquer um que está lendo esse blog e dirige um carro já ultrapassou o limite de velocidade estabelecido (nem que seja por 1Km/h). Pode não ter sido multado, mas nem por isso deixou de cometer um ato ilegal. Se querem algo que está escrito no Código Penal, é só levantar a injúria. O Maracanã se transformaria em um presídio instantaneamente.

Tem ainda o ponto da compra de material sabidamente ilegal gerar violência. Não vou perder tempo. Se isso faz sentido, o Comunismo é o melhor sistema do mundo, então. Eles proibiam (e ainda proíbem) você de fazer tudo, até de comer. Se você comer, então você é o causador da violência nos países comunistas. Ou seja, o Comunismo é uma maravilha o que atrapalha são as pessoas que não se submetem às suas restrições. O mais triste é que existe um monte de gente de direita que acredita nessa idéia de que a compra de material sabidamente ilegal aumenta a violência.

Agora que é muito mais fácil levantar a tese de que o consumidor é o responsável pela violência, isso é. Assim ninguém precisa encontrar um responsável pelo tráfico de armas. Como diabos armas feitas somente para exércitos entram no país livremente? Culpa do consumidor de drogas. Por que ninguém desvenda os crimes contra a vida e contra a propriedade? Tudo culpa dos consumidores de drogas.

Se não existisse um babaca para ficar de teto preto numa praia quase deserta com seus amigos também babacas que ficam rindo das rugas que seus dedos fazem quando se esticam, o Brasil seria muito mais seguro e feliz... Até parece...

Para mim, culpa do consumidor de drogas é panacéia que usam para encontrar um sujeito fácil para culpar pelos problemas que não sabem como resolver. É como o detetive policial que ao invés de procurar pelo culpado do crime, procura por alguém para ser culpado pelo crime.

sábado, 17 de novembro de 2007

Major Burn!!

Burn!

Via Avolio

Ao perguntar a um jovem de 21 anos (depoimento ao lado) que motivo levaria a nova geração a fazer de si um laboratório ambulante, o repórter ouviu uma resposta tão significativa quanto desconcertante:

- Porque somos filhos da geração de vocês.

Tá cheirando mal.

Primeiro os fatos:

Ministro do Supremo Tribunal Federal;

Já declarou publicamente que o Partidão vive dentro dele;

Cita em uma decisão judicial, Carl Schimitt (jurista padrinho do nazismo para os leigos - busquem no Google);

Com base nessa citação ele abandonou a Constituição e, pelo que entendi, a própria decisão que já tinha tomado anteriormente.

Agora os detalhes:

O Ministro Eros Grau, um comunista confesso resolve analisar um caso de Reclamação no STF do qual nem era relator (aqui). O Relator, o Ministro Sepúlveda Pertence, julga improcedente a Reclamação, porque afinal de contas o precedente para a Reclamação não era aplicável ao caso analisado.

"Malandro", o Min. Eros Grau pede vista do processo e emite a merda de um voto falando simplesmente o seguinte: O fato de uma pessoa ter uma doença grave e incurável é um "estado" de exceção, logo, em estados de exceção a lei (constituição) não se aplica. Isso tudo com base na doutrina de Carl Schmitt, padrinho do nazismo. O estado de exceção é tamanho que o Min. ainda abandona o próprio entendimento que tinha sobre a matéria discutida para adotar, no fim das contas, o mesmo entendimento que o Relator. Inadmissão da Reclamação.

Se a decisão é a mesma, por que ele não votou junto com o Relator? Ou seja, não precisava falar nada, apenas que concordava com o Relator?

E detalhe: O "malandro" ainda se manifesta para dizer que "não estamos aqui para prestar contas a Montesquieu ou a Kelsen". Mas pelo visto, para Carl Schmitt, sim...

Minha tese: Esse cara já está querendo abrir caminho para fundamentar decisões futuras que irão ter exatamente a bosta de premissa que ele assume: É um "Estado de Exceção", então vale o que eu disser. Não havia motivo nenhum para ter manifestado esse voto. Deve ter sido só para "abrir precedente".

P.s.: Entendo que a situação era única. Havia uma pessoa com doença grave e incurável para receber um precatório. Só que neste caso existem milhões de motivos para se negar a Reclamação. O primeiro e mais óbvio é essa babaquice de pagamento de precatório em 10 anos. Agora jogar com a emoção das pessoas (citar alguém com doença grave e incurável) para fazer passar uma decisão típica de época nazista (é um estado de exceção então quem decide tudo é o soberano aqui) é muita cara de pau.

Update: Juntem com isso aqui e pensem um pouco.

Tropa de Elite

Como não falar desse filme? Todo mundo falou um monte de porcaria sobre ele, porque eu não falaria também?...

O sucesso do filme parece claro: Uma mistura de "A Doutrina de Um Guerreiro" com "A Culpa é daquele de quem menos se espera, mas todo mundo sabia desde o começo"

O Capitão Nascimento é aquele modelo de guerreiro. Um cara fudido, que não tem coisa alguma a não ser o próprio orgulho e honra de guerreiro. Ele ascende do nada para chegar a líder de um esquadrão de elite. Na busca de continuar o seu legado, ele faz o que é preciso. Numa cidade (e país) onde a criminalidade aumenta de forma exponencial e todos ficam impunes (os ricos por causa do dinheiro e o pobre porque é uma vítima da sociedade), surge o sentimento de que devemos chutar a lei para escanteio e fazer justiça com o "senso comum". O Capitão incorpora isso e, logo, é idolatrado.

Acrescente a isso a grande sacada de filmes de suspense. O culpado é aquele que de tão óbvio você jamais desconfiou, mas assim que é revelado você se nega a aceitar que não tinha pensado nele (não podia ser outro). É um misto de burrice e inteligência ao mesmo tempo. O expectador burro de repente se depara com a inteligência "sensacional" do roteirista em ter "escondido" o culpado embaixo do seu (expectador) nariz e imediatamente atinge um nível intelectual nunca antes imaginado.

Ora é óbvio (no começo do filme) que o culpado pela violência é o traficante favelado com suas armas. Mas quando você esfrega na cara de todo mundo que o culpado é a classe média alta universitária consumidora de drogas. Estala no cérebro aquela faísca semelhante a de final de filmes de suspense, transformando meros espectadores em gênios da solução de crimes ("Eu sempre soube").

Ou seja, a "justiça do senso comum" com uma massagem de ego que "aumenta" a inteligência do expectador, não podia falhar.

Jogue no bolo um monte de gírias novas (que cariocas adoram) e o resultado é um filme de sucesso. De agora em diante, "02", "Xerife", "Fanfarrão", "Aspira" está tanto no vocabulário de boteco quanto no de escritórios.

Se o diretor pensou em tudo isso quando fez o filme. Vale a pena investir nele, esse cara vai dar dinheiro. Como é bem provável que isso tudo foi "acidental" (o histórico do cinema brasileiro não é lá muito bom), é melhor torcer por outro acidente.

Voltando...

Inicialmente, para compensar o meu único leitor, informo que, conforme um instuto altamente científico, isento e de grande qualidade, o meu blog é para Gênios.

Se você é um leitor ocasional e caiu aqui de propósito ou por engano, este post também se aplica a você.

Após esse post, pode falar com vontade: "Eu sou um Gênio!"

Você merece...

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Sentiu minha falta?

Estou longe há bastante tempo desse blog. Como ele não é minha prioridade, fica sempre atrás do trabalho (que está bastante pesado ultimamente) acaba ficando desatualizado.

Meu único leitor (que na verdade sou eu mesmo com outro login) deve ter sentido muito minha falta. A ele peço desculpa pela ausência de informações.

Para compensar, vou falar de um monte de coisas que foram tratadas nesses últimos tempos, mas que por estar ausente, não tive a oportunidade de manifestar a minha opinião isenta de qualquer conhecimento, caráter científico ou método que lhe atribua algum valor.